Nesse
período de seca, em que o governo municipal decretou estado de emergência de
desabastecimento de água, o vereador João Gilberto Ripposati (PSDB) alerta para
a situação em que se encontra a nascente do rio Uberaba, cuja vegetação foi
destruída pelo fogo. Na opinião dele, para resolver esse problema de falta de
água, deve-se começar pela preservação. “Quando estive com ecologistas e
voluntários na nascente, em 2002, tirei fotos da vegetação ao redor e sabemos
que, recentemente, foi registrada uma queimada na região, a qual acabou com a
vegetação que oferecia proteção à nascente do rio”, relatou.
Ele acrescentou que, próximo ao local, existia uma plantação de cana e, durante
uma queimada, o fogo, acidentalmente, atingiu a área, que, além da nascente,
tem as chamadas veredas, vegetação rasteira natural que existe em poucos locais
do Brasil. “A vereda é um tipo de formação vegetal do cerrado e está presente
na região do bairro de Ponte Alta. Ela funciona como uma caixa d’água. Se você
pisar, vai afundar até o joelho, pois o sistema armazena água da chuva e depois
devolve ao rio. É um patrimônio ambiental que temos e não podemos deixar que
aconteça o que ocorreu com a nascente do rio Uberaba”, destacou.
Para tentar ajudar o Executivo a salvar a vegetação, Ripposati informou que
está solicitando à Secretaria de Meio Ambiente e outros órgão competentes um
estudo deste impacto ambiental negativo e como será trabalhada a recuperação.
“Para podermos ter uma lei estadual tombando ou preservando aquela área,
criando uma lei de conservação, através da qual seja possível prever recursos
para a preservação”, disse o tucano, explicando que, além dessa medida, para
resolver o problema de falta de água na cidade, será preciso construir pelo
menos três barragens do rio para captar as águas do período chuvoso, que se
perdem. “Estudos realizados pelo engenheiro agrônomo Renato Manzan, pesquisador
da Embrapa, garantem que as barragens resolverão o problema de falta de água”,
reforçou.
Investimento – O vereador cobrou investimento que deveria ser
realizado pelo Codau e que é determinado por lei, mas não é cumprido. Empresas
que exploram os serviços de abastecimento de água têm que investir 0,5% da
receita líquida na preservação dos recursos naturais. “Eu não vejo ações para
preservar nossas minas e nascentes, ou mesmo, a construção dessas barragens”,
avaliou o parlamentar, informando que vai trabalhar para que o investimento e
as barragens tornem-se realidade, pois entende que é a salvação da população.
Ripposati lembra que acionou o Ministério Público para os governos anteriores
que não cumpriram a lei, mas, recentemente, foi assinado um TAC para que ela
seja cumprida. “O Codau investe nos bolsões, que preservam as estradas
vicinais, preserva o solo e melhora a recarga dos recursos hídricos, mas é
preciso fazer mais, preservando a nascente e as margens do rio Uberaba”,
finalizou. (LR)