terça-feira, 23 de setembro de 2014

Nascente do rio Uberaba está sendo destruída

Nesse período de seca, em que o governo municipal decretou estado de emergência de desabastecimento de água, o vereador João Gilberto Ripposati (PSDB) alerta para a situação em que se encontra a nascente do rio Uberaba, cuja vegetação foi destruída pelo fogo. Na opinião dele, para resolver esse problema de falta de água, deve-se começar pela preservação. “Quando estive com ecologistas e voluntários na nascente, em 2002, tirei fotos da vegetação ao redor e sabemos que, recentemente, foi registrada uma queimada na região, a qual acabou com a vegetação que oferecia proteção à nascente do rio”, relatou.

Ele acrescentou que, próximo ao local, existia uma plantação de cana e, durante uma queimada, o fogo, acidentalmente, atingiu a área, que, além da nascente, tem as chamadas veredas, vegetação rasteira natural que existe em poucos locais do Brasil. “A vereda é um tipo de formação vegetal do cerrado e está presente na região do bairro de Ponte Alta. Ela funciona como uma caixa d’água. Se você pisar, vai afundar até o joelho, pois o sistema armazena água da chuva e depois devolve ao rio. É um patrimônio ambiental que temos e não podemos deixar que aconteça o que ocorreu com a nascente do rio Uberaba”, destacou.

Para tentar ajudar o Executivo a salvar a vegetação, Ripposati informou que está solicitando à Secretaria de Meio Ambiente e outros órgão competentes um estudo deste impacto ambiental negativo e como será trabalhada a recuperação. “Para podermos ter uma lei estadual tombando ou preservando aquela área, criando uma lei de conservação, através da qual seja possível prever recursos para a preservação”, disse o tucano, explicando que, além dessa medida, para resolver o problema de falta de água na cidade, será preciso construir pelo menos três barragens do rio para captar as águas do período chuvoso, que se perdem. “Estudos realizados pelo engenheiro agrônomo Renato Manzan, pesquisador da Embrapa, garantem que as barragens resolverão o problema de falta de água”, reforçou.

Investimento – O vereador cobrou investimento que deveria ser realizado pelo Codau e que é determinado por lei, mas não é cumprido. Empresas que exploram os serviços de abastecimento de água têm que investir 0,5% da receita líquida na preservação dos recursos naturais. “Eu não vejo ações para preservar nossas minas e nascentes, ou mesmo, a construção dessas barragens”, avaliou o parlamentar, informando que vai trabalhar para que o investimento e as barragens tornem-se realidade, pois entende que é a salvação da população. Ripposati lembra que acionou o Ministério Público para os governos anteriores que não cumpriram a lei, mas, recentemente, foi assinado um TAC para que ela seja cumprida. “O Codau investe nos bolsões, que preservam as estradas vicinais, preserva o solo e melhora a recarga dos recursos hídricos, mas é preciso fazer mais, preservando a nascente e as margens do rio Uberaba”, finalizou. (LR)


sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Vereador solicita que o Codau decrete estado de emergência

Luciana Rodrigues
Devido aos baixos níveis de água do rio Uberaba, principalmente com a transposição do rio Claro e o desperdício da população, o vereador João Gilberto Ripposati (PSDB) está pedindo ao governo municipal que decrete estado de emergência.  No ofício, o parlamentar reforçou a necessidade de ser adotada uma política educativa e não punitiva durante o estado de emergência, defendendo a intensificação da campanha de alerta e conscientização da população para a racionalização, com uma ação corpo a corpo, através de panfletagem e som volante, haja vista que a campanha de conscientização não vem surtindo efeito, pois muitas pessoas ainda estão desperdiçando água.  "Temos que somar esforços para reduzir os níveis de consumo e melhorar as condições do rio Uberaba", ressaltou.

De acordo com o parlamentar, se nada de concreto for feito para reduzir o consumo e conter as sucessivas degradações ambientais do rio Uberaba, vai faltar água nas torneiras em toda a cidade, como já vem ocorrendo em alguns bairros. Ao longo dos anos, a bacia hidrográfica do alto rio Uberaba vem sofrendo degradações ambientais múltiplas e sucessivas, o que tem contribuído para o assoreamento do seu leito e a gradativa diminuição de sua vazão. "Aconteceu uma crise de abastecimento em 2002, mas, desde então, nada foi feito para resolver esse problema. Tenho informação de que a vazão mínima do rio Uberaba na época da estiagem se dá por falta de infiltração nas matas de topo e encostas, o que impede a formação do lençol freático, como ocorria há 50 anos", lembrou.

Para armazenar a água perdida no período de chuvas, o tucano informou que a solução poderia ser as barragens no rio Uberaba e alguns afluentes. Ainda no ofício, ele também pediu ao Codau apresentação do projeto contendo planilhas de custos para construção de barragens no rio Uberaba e seus afluentes, projetos de proteção e preservação das minas, nascentes, matas de topo, encostas e mata ciliar em toda a extensão da bacia hidrográfica, bem como que seja intensificada a fiscalização referente à captação irregular de água. "Estão dizendo que haverá chuvas em outubro, mas é normal ocorrer chuvas significativas na cidade somente a partir de novembro. Então, é preciso fazer o uso consciente da água, sem nos esquecer de preparar a cidade para o futuro, construindo as barragens ou até mesmo utilizando os poços artesianos comunitários e análises das minas que não estão contaminadas, porque poderemos precisar para garantir o abastecimento", orientou.

Mais manifestações - O vereador Marcelo Machado Borges - Borjão (DEM) declarou que, mesmo o governo municipal tendo anunciado que não haveria racionamento de água na cidade, realmente, essa questão é preocupante. Ele acrescentou que esteve na ETA do Boa Vista e pôde perceber que está funcionado precariamente. Os vereadores Luiz Dutra (SDD), Edmilson de Paula (PRTB) e Samuel Pereira (PR) também demonstraram preocupação com a situação. Inclusive, o republicano informou que, se o governo municipal tivesse acatado a sua sugestão de trazer água do rio Araguari, isso não estaria acontecendo, mas acharam que era inviável do ponto de vista financeiro.